Tratado de Kioto
Mais um ano recheado de catástrofes por todo o mundo. O Homem torna-se assim, assassino de si mesmo. Muitos dos acontecimentos trágicos deste ano que passou, teve o dedinho do Homem. O futuro está a ser traçado por profundas transformações.
Há mais de duzentos anos, quando a Revolução Industrial marcava o início de uma nova era, ainda não havia uma consciência ambiental. Não havia necessidade, já que os recursos naturais eram abundantes. Mas, as indústrias foram crescendo, a população foi aumentando, e a tecnologia tornou-se tão desenvolvida, que cada inovação torna-se obsoleta em pouco tempo. A natureza, em especial, a atmosfera está a degradar-se devido a esses avanços e exploração abusiva. A emissão de gases tóxicos é uma realidade, e a falta de preocupação com a natureza e seus recursos chega a assustar. Como será possível viver neste planeta daqui a 3 gerações, por exemplo? Esta despreocupação com os recursos naturais tem acarretado uma série de fenómenos provocados pelo chamado "aquecimento global".
E devido a globalização, temos conhecimento desta realidade. É só ver as noticias: Frio mata no norte da Europa, há falta dagua em Portugal e Espanha, calor matou centenas de pessoas no último verão, há cheias em Moçambique, fogo na Califórnia e em Sidney, na Austrália. Furacões assolaram o Atlantico e atingiram o poderoso chefão. Desde ontem que Portugal está a ser abalado por sismos de magnitude 5 na Escala de Richter.
Nos últimos anos, as Organizações não governamentais de preservação ambiental e a comunidade cientifica têm tentado alertar o mundo, que já está consciente de que os bens que a natureza oferece à humanidade, são escassos e não se renovam facilmente. O desenvolvimento sustentável que tanto se fala hoje em dia, é uma necessidade para que o mundo não entre em colapso.
O dióxido de carbono (CO2) em excesso na atmosfera é responsável por muitos males, incluindo o "Efeito Estufa", que acumula partículas desse gás no ar, impedindo que as radiações de calor da terra possam ir para o espaço, criando, assim, o aquecimento global (ver gráfico à esquerda). Cerca de 70% de CO2 na atmosfera provem das emissões dos países industrializados. A isso, juntam-se os desmatamentos, os milhares de hectares de florestas destruídos pelo fogo, um pouco por todo o mundo, e aí está o big problema actual.
Em 1997, uma conferência na cidade japonesa de Kioto, reuniu representantes de diversos países. O tema da conferência era justamente a questão do aquecimento global, provocado pelos tais gases, e foi discutido como diminuir ou parar este efeito. O Tratado de Kioto foi o resultado desta conferência. Este Tratado é um documento onde os países participantes se responsabilizariam em diminuir a poluição causada por seu desenvolvimento, especialmente o industrial. Mas era necessária a adesão de 55% dos países para que o tratado desse certo. Algumas instituições e governos já tomaram a iniciativa e estão desenvolvendo, com sucesso, projetos de seqüestro de carbono. Não apenas com o objetivo de preservação ambiental, mas também como uma poderosa fonte de renda, e cá p’ra mim se não fosse a tal fonte de renda…
Este sequestro de carbono, não é nada mais nada menos, que muito carbono a ser absorvido por florestas, como a da Amazónia, através do processo de fotossíntese. Mas o carbono emitido pela população mundial não consegue ser absorvido pelo pouco verde existente no planeta.
Na opinião de muitos cientistas, o problema não está na emissão dos gases em si, mas na sua quantidade excessiva que a natureza não consegue absorver através da fotossíntese, processo no qual as plantas captam dióxido de carbono e liberam oxigênio. O que fica de CO2 excedente na atmosfera contribui para o efeito estufa.
Mas será possível que alguns governantes cabeças-duras não vêem que se assim continuar não vai haver nada para governar daqui a uns anos? As catástrofes, resultantes do efeito estufa vão continuar um pouco por todo o mundo. Nos EUA, até resolveram mudar os nomes femininos dos furacões para as letras do alfabeto grego. Mas se nada for feito, se o Tratado de Kioto (ou Kyoto, em alguns países) não sensibilizar mais governantes, qualquer dia, não vai haver alfabeto que chegue.
E nós ? Onde ficamos nós?
Fonte: Marcos Carneiro
Jornal O Girassol em http://www.ogirassol.com.br/aprender51/
Mais informações sobre o Tratado de Kioto:
Ministério da Ciência e Tecnologia BR - http://agenciact.mct.gov.br/index.php?action=/content/view&cod_objeto=17978
WWF - http://www.wwf.org.br/participe/minikioto_listapaises.htm
6 perguntas sobre o Tratado (em espanhol) - http://www.20minutos.es/noticia/5208/0/kioto/protocolo/emision/
Efeito Estufa - http://www.geocities.com/Augusta/7135/
Mudanças Climáticas - http://www.comciencia.br/reportagens/clima/clima11.htm
Imagens: www.escolavesper.com.br
www.radiobras.gov.br/