sexta-feira, agosto 26, 2005

Lembranças e Lembraduras de Bicas


Que saudades de Bicas

Há dias, em que a nostalgia bate fundo e nesses dias, vou à procura de notícias da “terrinha”. Qual não foi a minha surpresa ao descobrir a coluna do Zé Arnaldo, em
http://www.zearnaldo.com . Tá lá tudinho!
A maior festa de Bicas, a Exposição Agro-pecuária, aquela época do ano que, onde quer que eu estivesse, em qualquer ponto do Brasil, saía a correr prá não perder pitada. A minha vó Nair, até dizia, que o prefeito deveria me oferecer as chaves do Parque de Exposições, já que eu o abria e fechava.
Lá, apreciava as peripécias equestres do Taizinho e do Mano, bebia umas cervejinhas na barraca do Miltinho e do Paêra, cantava “Pinga ni mim”, com o Carlos da Casson, ou a “Arapuca”, naquelas serestas improvisadas no barzinho dos Salles, ou na barraca da Real Biquense, onde o tio Rogerinho também dava uma ajuda. E aquele angu à baiana, chega a dar água na boca, mesmo depois de tantos anos...
Tenho saudades dos meus amigos de infâncias e de juventude: a Rosilene, as Heloísas, a Cláudia, a Carla Clemente, a Eliane Schettini, a Cristiane e a Jacqueline, a Adriana, filha do Waltecir, a Rita, a Cristina Santos, a Selvinha, a Kátia, a Odisseia, o Cosminho e o Marquinhos, a Cristina e a Glorinha, o Betinho, o Magela, o Xisto, o Merquinho, e muitos outros. Tanta gente que eu perdi o contacto, depois destes 14 anos de Europa. Tenho saudades do fusquinha marado e cheio de buracos do Miltinho, saudades de andar de moto com o Badá, dos discos da Elis, que o Ruizinho era fã. Tenho saudades da convivência e da vizinhança, do Dr. Ronaldo Della Garza. Saudades do Padre Eupídeo, da Zezé do Hospital, do coral do “Seu” Vicente Rossi, Saudades da Tia Nicinha, do Renato, do Rogério e da Regina, e de ir ao Sítio do Tio Zaninho, saudades da minha madrinha Elisa, cantando “Pega a esteira e seu chapéu, vamos para o sítio do Ti’Zanin”, da Dinha, e da dindinha Wilma, Saudades da prima Vera Lúcia, e da Tia Maria José, e seus doces e licores, tão gostosos, como nunca mais provei, em nenhum país que visitei, do ‘Primão’ Toninho, de Pequeri. Saudades do tio Rogerinho, da tia Marly, da ‘Vó’ Carmélia, das primas Ivana, Heloísa e Roseli, da prima Nely e da Leila, da prima Zélia e do Amílcar, do Saulo e da Zelinha, do tio Heitor, do Célio e do Nélio, saudades dos bailes em São João Nepomuceno. Saudades do Bairro Santana, e do apito da Maria Fumaça, e até da Gogóia, que morava em frente da casa da vó Nair. Saudades do cheiro da relva cortada pelo Dóia, de beber água na fonte, em Guarará, de passear no jardim, aos Domingos depois da missa, de buscar pão quentinho da padaria do Chiquinho, ou comer uma deliciosa coxinha de galinha no Pedro Machado, e aquele leite fresquinho da Cooperativa, e até da manteiga Girafa; oh, manteiguinha boa, uai!
Saudades do Dirceu, que fazia cara de mau aos alunos, mas era, como se diz aqui em Portugal, “bué d’a fixe”, da D. Helaine Godinho, minha primeira professora, e se for ainda mais longe, tenho saudades até da D. Tueta e da D. Cândida, quando eu estudava no Liceu, da outra Dona Helaine, e da Marta e da Marly. Aliás eu achava fascinante o marido da Dona Helaine (não me lembro do primeiro nome, mas sei que o sobrenome era Adib), ter participado de uma Guerra Mundial.
Saudade do meu avô Rogério, o Português como era conhecido, saudades da minha juventude, quando a minha maior preocupação era qual a roupa que iria usar no próximo baile do Biquense, saudades de andar num ônibus da Santos, saudades de ir de bicicleta com a turma, fazer piquenique no Morro do Pirulito, ouvindo os Renaissance, saudades dos pombos do Paulo César. Saudade de Grapette, sei que é uma coisa tonta, mas que saudades que eu tenho do Grapette!
Saudades do cheirinho da terra molhada depois da chuva, aquele cheirinho que só Bicas é que tem.
Foram tantas as pessoas que passaram pela minha vida, em Bicas (muitas até já partiram para um outro plano), que quando bate essa saudade que chega a doer, dá vontade de me fechar dentro da concha do passado, e reviver cada momento, cada instante daqueles que ficam gravados, como uma película, um filme épico, que nós assistimos repetidas vezes ao longo da vida, mas sabemos que foram feitos há muitos anos atrás, e por mais remakes que façam, nunca será melhor que a versão original.
Tantos sentimentos controversos e a memória das coisas boas, encerrados numa única palavra: Saudade! Infeliz daquele que não sabe o que é ter saudades de qualquer coisa. É sinal de uma vida vazia. É por isso que eu digo de boca cheia: que saudades!!!

Sites sobre Bicas:

Bicas no mapa:
http://www.aondefica.com/brasil_r_mg.asp


História da Estação Ferroviária de Bicas - MG

http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_mg_tresrios_caratinga/bicas.htm

Página
sobre Bicas, criada por Fernanda Maria de Souza Henriques

http://usuarios.uninet.com.br/~fh/bicas.htm

Site da Prefeitura Municipal de Bicas: http://www.powerline.com.br/~admbicas/

Banco do Brasil
https://www15.bb.com.br/site/fz/mapa/estadoInter.jsp?UF=MG

3 comentários:

  1. É, parece que os rodeos da telenovela América já estão a dar os seus frutos por aqui. Tens visto muita televisão, Shelma...

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  2. Oi Lúcia !
    Li seu comentário sobre "Lembranças de Bicas". Parecia que estavamos vivendo tudo aquilo de novo . Quanto tempo...
    Quem está escrevendo é Carla ( filha do Maury Barreto amigo do seu tio Rogerinho). Casei com o Merquinho há 20 anos , temos 2 filhos Lara (18 anos ) e Jonas(16 anos).
    No seu comentário você descreveu coisas que realmente fez com que a saudade batesse forte .
    Um grande abraço,
    Carla

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  3. Lucia Cristina.
    fiquei contente ao ler o seu texto "Lembranças e Lembraduras de Bicas" e saber que faço parte de suas lembranças.Eu, acredite, nunca me esqueci de você e da Mônica.Também sinto saudade de vocês.No momento, estou sofrendo a perda física da pessoa que eu mais amei na vida,o Tõe, meu irmão mais novo.Um abraço saudoso.

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