terça-feira, agosto 30, 2005

Há 500 anos atrás...em Castro Marim




Os dias medievais de Castro Marim...
Nos últimos 8 anos tenho ouvido e lido, muitas vezes, maravilhas sobre este evento peculiar, mas tudo o que eu pensava saber, foi por água abaixo, quando fui literalmente absorvida pela idade média, assim que pus os pés na vila.
Os cheiros, as vestimentas, o mercado... era o passado ali, presente, à minha frente, que culminava na forma de castelos e muralhas, e nas gentes que passeavam por ali, vestidas a rigor: pajens, damas, guerreiros, leprosos, bobos, enfim, tudo o que nós aprendemos nos livros e filmes, a transportar-nos para aquela época sombria, de torturas, honras e duelos.
E se não deixarmo-nos arrastar para o passado, os Dias Medievais em Castro Marim dá-nos a impressão de estarmos a participar, num filme épico, ou de fazermos parte de um reino encantado, saído de um livro de contos de fadas.
A experiência foi fantástica. Fui convidada para o banquete medieval no Castelo Pequeno, onde tudo foi pensado ao pormenor. A mesa, os artefatos, os acordes da gaita de foles da música celta, e os espectáculos, que durante duas horas, foram se alternando para gáudio dos convivas. Mouros encantadores de serpentes, dançarinos, monges, saltimbancos, mambembes, bobos, acrobatas, jograis, havia de tudo um pouco.
Também o repasto, foi diferente. As entradas, a sopa, o prato principal e os doces foram feitos à moda medieval. Todos muitíssimo saborosos.
No final do banquete, realizado no Castelo Pequeno, dentro das muralhas, e após um belíssimo espectáculo conduzido por arautos e bandeiras, o especáculo de música celta, esperava-nos nas liças do Castelo. Realmente fantástico.
A história deste concelho, um dos mais antigos do Algarve, perde-se nas brumas do tempo e remonta à época dos romanos, celtas e árabes, que a ocuparam, tendo construído fortalezas e castelos para defender a terra.
Segundo a publicação Fórum Empresarial, “o Castelo de Castro Marim, guardião da paisagem foi cenário de actos heróicos e trágicos. Erguido pela vontade um rei, as suas pedras mudas resistiram ao olhar do tempo e as paredes silenciosas ainda guardam o eco de batalhas sangrentas.
Classificado como monumento nacional, situa-se num ponto cimeiro da vila e todos os anos, no fim de Agosto, é palco dos Dias Medievais. Ao longo de quatro dias e noites, a vila mergulha no passado e revive a Idade Média, com emotivos torneios de cavalaria, princesas, nobres, cavaleiros, grandes banquetes e espectáculos teatrais e musicais alusivas à época.”
Eu estive lá!



Uma breve historia de Castro Marim, pode ser vista no site
http://castromarim.com.sapo.pt/bh.html

ou pode ainda ser consultada a pagina sobre a vila, no site do Jornal Região Sul, em
http://www.regiao-sul.pt/algarve/cmarim/

Neste site, encontram-se varias fotografias sobre Castro Marim,
http://www.portugal-book.com/algarve/castromarim/

Paisagens e localização, em português :
http://www.portugalvirtual.pt/_tourism/algarve/castro.marim/ptindex.html

ou em inglês:
http://www.portugalvirtual.pt/_tourism/algarve/castro.marim/

Sobre a heráldica,
http://www.fisicohomepage.hpg.ig.com.br/ctm.htm

Locais a visitar:
http://www.strawberryworld-algarve.com/guia-do-algarve/places/castro-marim.html

O mapa da cidade, restaurantes e outras informações:
http://viajar.clix.pt/pt/dst3265.php?mc=castromarim&mg=1&lg=pt

sexta-feira, agosto 26, 2005

Lembranças e Lembraduras de Bicas


Que saudades de Bicas

Há dias, em que a nostalgia bate fundo e nesses dias, vou à procura de notícias da “terrinha”. Qual não foi a minha surpresa ao descobrir a coluna do Zé Arnaldo, em
http://www.zearnaldo.com . Tá lá tudinho!
A maior festa de Bicas, a Exposição Agro-pecuária, aquela época do ano que, onde quer que eu estivesse, em qualquer ponto do Brasil, saía a correr prá não perder pitada. A minha vó Nair, até dizia, que o prefeito deveria me oferecer as chaves do Parque de Exposições, já que eu o abria e fechava.
Lá, apreciava as peripécias equestres do Taizinho e do Mano, bebia umas cervejinhas na barraca do Miltinho e do Paêra, cantava “Pinga ni mim”, com o Carlos da Casson, ou a “Arapuca”, naquelas serestas improvisadas no barzinho dos Salles, ou na barraca da Real Biquense, onde o tio Rogerinho também dava uma ajuda. E aquele angu à baiana, chega a dar água na boca, mesmo depois de tantos anos...
Tenho saudades dos meus amigos de infâncias e de juventude: a Rosilene, as Heloísas, a Cláudia, a Carla Clemente, a Eliane Schettini, a Cristiane e a Jacqueline, a Adriana, filha do Waltecir, a Rita, a Cristina Santos, a Selvinha, a Kátia, a Odisseia, o Cosminho e o Marquinhos, a Cristina e a Glorinha, o Betinho, o Magela, o Xisto, o Merquinho, e muitos outros. Tanta gente que eu perdi o contacto, depois destes 14 anos de Europa. Tenho saudades do fusquinha marado e cheio de buracos do Miltinho, saudades de andar de moto com o Badá, dos discos da Elis, que o Ruizinho era fã. Tenho saudades da convivência e da vizinhança, do Dr. Ronaldo Della Garza. Saudades do Padre Eupídeo, da Zezé do Hospital, do coral do “Seu” Vicente Rossi, Saudades da Tia Nicinha, do Renato, do Rogério e da Regina, e de ir ao Sítio do Tio Zaninho, saudades da minha madrinha Elisa, cantando “Pega a esteira e seu chapéu, vamos para o sítio do Ti’Zanin”, da Dinha, e da dindinha Wilma, Saudades da prima Vera Lúcia, e da Tia Maria José, e seus doces e licores, tão gostosos, como nunca mais provei, em nenhum país que visitei, do ‘Primão’ Toninho, de Pequeri. Saudades do tio Rogerinho, da tia Marly, da ‘Vó’ Carmélia, das primas Ivana, Heloísa e Roseli, da prima Nely e da Leila, da prima Zélia e do Amílcar, do Saulo e da Zelinha, do tio Heitor, do Célio e do Nélio, saudades dos bailes em São João Nepomuceno. Saudades do Bairro Santana, e do apito da Maria Fumaça, e até da Gogóia, que morava em frente da casa da vó Nair. Saudades do cheiro da relva cortada pelo Dóia, de beber água na fonte, em Guarará, de passear no jardim, aos Domingos depois da missa, de buscar pão quentinho da padaria do Chiquinho, ou comer uma deliciosa coxinha de galinha no Pedro Machado, e aquele leite fresquinho da Cooperativa, e até da manteiga Girafa; oh, manteiguinha boa, uai!
Saudades do Dirceu, que fazia cara de mau aos alunos, mas era, como se diz aqui em Portugal, “bué d’a fixe”, da D. Helaine Godinho, minha primeira professora, e se for ainda mais longe, tenho saudades até da D. Tueta e da D. Cândida, quando eu estudava no Liceu, da outra Dona Helaine, e da Marta e da Marly. Aliás eu achava fascinante o marido da Dona Helaine (não me lembro do primeiro nome, mas sei que o sobrenome era Adib), ter participado de uma Guerra Mundial.
Saudade do meu avô Rogério, o Português como era conhecido, saudades da minha juventude, quando a minha maior preocupação era qual a roupa que iria usar no próximo baile do Biquense, saudades de andar num ônibus da Santos, saudades de ir de bicicleta com a turma, fazer piquenique no Morro do Pirulito, ouvindo os Renaissance, saudades dos pombos do Paulo César. Saudade de Grapette, sei que é uma coisa tonta, mas que saudades que eu tenho do Grapette!
Saudades do cheirinho da terra molhada depois da chuva, aquele cheirinho que só Bicas é que tem.
Foram tantas as pessoas que passaram pela minha vida, em Bicas (muitas até já partiram para um outro plano), que quando bate essa saudade que chega a doer, dá vontade de me fechar dentro da concha do passado, e reviver cada momento, cada instante daqueles que ficam gravados, como uma película, um filme épico, que nós assistimos repetidas vezes ao longo da vida, mas sabemos que foram feitos há muitos anos atrás, e por mais remakes que façam, nunca será melhor que a versão original.
Tantos sentimentos controversos e a memória das coisas boas, encerrados numa única palavra: Saudade! Infeliz daquele que não sabe o que é ter saudades de qualquer coisa. É sinal de uma vida vazia. É por isso que eu digo de boca cheia: que saudades!!!

Sites sobre Bicas:

Bicas no mapa:
http://www.aondefica.com/brasil_r_mg.asp


História da Estação Ferroviária de Bicas - MG

http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_mg_tresrios_caratinga/bicas.htm

Página
sobre Bicas, criada por Fernanda Maria de Souza Henriques

http://usuarios.uninet.com.br/~fh/bicas.htm

Site da Prefeitura Municipal de Bicas: http://www.powerline.com.br/~admbicas/

Banco do Brasil
https://www15.bb.com.br/site/fz/mapa/estadoInter.jsp?UF=MG

quinta-feira, agosto 25, 2005

Sudoku - um vício ?



Nova onda de loucura está a invadir a Europa. Será um vírus, um vício, nã, nã, é apenas um jogo de lógica com um nome esquisito: o Sudoku.
Eu confesso: estou profundamente viciada. Já não consigo dormir sem antes resolver pelo menos um puzzle desses.
Embora inventado nos Estados Unidos, o Sudoku tomou o mundo de assalto depois que os japoneses resolveram adotá-lo, tal como fizeram com os tamagoshis e nintendos.
Segundo uma reportagem feita pelo Daily Telegraph, por Tom Utley, "Nenhum leitor ainda não contagiado deve sequer passar os olhos por um sudoku. É que no sudoku, escondem-se o vício e a loucura. Os sudokus são para os primeiros anos do século XXI, o que o cubo de Rubik foi para os anos 70: uma obssessão que nos apaixona a todos."
Parece que na Coréia, um homem morreu a jogar Sudoku. Esqueceu-se de comer, dormir, etc...
Os japoneses, verdadeiros fanáticos de quebra-cabeças numéricos e sempre ansiosos por tudo o que prometa desenvolver o seu QI. Segundo a apresentaçao do livro Sudoku, de Michael Mepham, actualmente milhões de pessoas fazem sudokus, publicados em jornais, revistas e livros, em todas as línguas do mundo inteiro.
Eu repito: estou completamente viciada na porcaria do Sudoku. Será que já há centros de recuperação para a cura deste terrível vício?...

segunda-feira, agosto 22, 2005

Noite de Fadas e Duendes com Paco de Lucia


Noite espectacular a de sábado. Eu estava super eufórica para ir, mesmo em trabalho, assistir Paco de Lucia, em Castro Marim. Paco de Lucia, o mestre do flamenco, o supra sumo da guitarra, levou ao estádio municipal de Castro Marim, mais de 4 mil pessoas que em silêncio, ficaram a ouvir, quase em êxtase, a performance daquele que é reconhecido em todo o mundo com um dos melhores compositores e guitarristas.
Amado pelos grandes da música brasileira e amante da bossa nova, Paco de Lucia, tem para mim um significado especial. Os acordes que tira de uma simples guitarra, parecem quase impossíveis.
E nesta noite memorável, onde só os mosquitos incomodaram o mestre: “Los mosquitos estan me comiendo…”, a lua cheia parece que acordou e apareceu dourada e nua, por cima do castelo iluminado de Castro Marim. Milhares de flashes tentaram captar o momento único e mágico.
O mais estranho foi a falta de elfos e ninfas a flutuar frente ao palco, tal a misticidade que envolveu aquele sábado.
O complicado mesmo é encontrar um telefone em Castro Marim. É que talvez os preparativos para as noites medievais do próximo fim de semana, tenha feito com que a vila entrasse numa espécie de máquina do tempo. Bem tentei telefonar, mas não havia nem telefone, nem cabine, nem cartão, e sinais de fumo a partir de Castro Marim, muito provavelmente não seriam vistos no Brasil. Mas não me esqueci de ti, Patrícia. Que esta data se repita ainda por muitos e muitos anos. Feliz Aniversário da prima que te ama muito, tá?
Ah, quanto a senhora Simone, não merece uma só linha, nem mesmo uma palav…

domingo, agosto 14, 2005

Festival do Marisco


Nesta ediçao do Festival do Marisco de Olhão, tenho tido uma posição privilegiada ao entrevistar todos os artistas que por lá têm passado. Já conversei com o Zé Pedro, Calu e Tim, dos Xutos, com o tímido João Pedro Pais, com o eléctrico Saulo Fernandes, da Banda Eva, e ontem foi a vez, do Domingos e da Nicole (até agora, o melhor espectaculo do Festival), e com o Bittencourt, dos Toranja. Hoje Luisa Mira e a minha conterrânea, Simone, serão as minhas próximas vítimas. Mas, e este mas, é aquele mas bem alongado, temo ficar nervosa quando conversar com a Simone. Sacumé, Simone é Simone, né?
Fechada num cubículo com o Zé Pedro, ou com o João Pedro Pais, ou mesmo o Saulo, não tremi, não gaguejei, tudo nos "conforme". Agora hoje, eu já estou tremendo pelas bases. A Simone está acostumada a ser entrevistada pelas Marias Gabrielas e pelos Jôs Soares da vida. E eu, tô me sentindo pequenininha. Uma brasileira, sem eira nem beira, fazer uma entrevista destas. Um grande privilégio e por isso mesmo, o nervoso miudinho tá querendo se instalar por aqui. 'Vamo vê o quê qui sai!'

sexta-feira, agosto 05, 2005

Bossa Nova em plena baixa de Faro

Na noite de ontem o espectáculo "Tributo a Tom Jobim", considerado um dos maiores músicos do século XX, encheu a baixa de Faro, com os acordes da bossa-nova.
O must da musica brasileira e a voz maviosa de Jandira levaram uma pequena multidão ao jardim.. "Eu sei que vou te amar", "Samba de uma nota só", "Desafinado" e "Insensatez" foram alguns dos diversos temas deste tributo àquele que é considerado, um dos melhores compositores do século XX. O ponto alto, o tema Garota de Ipanema, que a incentivo do grupo, foi acompanhado pelo publico presente. Esta foi a tal parte da emoçao, lágrimas e pele arrepiada.
Valeu! Afinal, os desafinados sempre têm um coração...


Desafinado

Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça (1958)
Quando eu vou cantar você não deixa
E sempre vem a mesma queixa
Diz que eu desafino, que eu não sei cantar
Você é tão bonita
Mas toda beleza
Também pode se acabar
Se você disser que eu desafino amor
Saiba que isso em mim provoca imensa dor
Só privilegiados têm ouvido igual ao seu
Eu possuo apenas o que Deus me deu
Se você insiste em classificar
Meu comportamento de antimusical
Eu, mesmo mentindo devo argumentar
Que isto é bossa nova
Que isto é muito natural
O que você não sabe, nem sequer pressente
É que os desafinados também têm um coração
Fotografei você na minha Rolleiflex
Revelou-se a sua enorme ingratidão
Só não poderá falar assim do meu amor
Este é o maior que você pode encontrar, viu
Você com a sua música esqueceu o principal
Que no peito dos desafinados
No fundo do peito bate calado
Que no peito dos desafinados
Também bate um coração

Site oficial de Tom Jobim
http://www2.uol.com.br/tomjobim/index_flash.htm

quinta-feira, agosto 04, 2005

Saudades da Terrinha


Há dias em que a nostalgia bate forte que nem tambor da Fanfarra dos Bombeiros, no dia 25 de Abril.
Em dias assim, o melhor é encarar as "lembraduras", sem choradeiras de baba e ranho, e gastar mais do que se pode, num telefonema, mesmo que dure segundos, só para ouvir uma voz familiar. Se depois disso o estado de espírito piorar, é melhor encontrar alguém para conversar, de preferência, banalidades, ou então encarar um papo mais sério, tipo crise no PT e se o Lula entrou ou não de gaiato, ou comentar as autárquicas de Outubro, em Portugal, ou a subida do IVA, a falta dágua, os fogos, etc etc etc...
Tudo o que puder, mas nunca, nunca mesmo beber uns copos a mais, com aquela treta que se beber, esquece. E nunca, nunca mesmo, vá a um Karaoke pagar micos gigantescos. Wrong!!! No dia seguinte, além das saudades dilacerantes e uma bela dor de cabeça, aquela ressaca ressaquíssima só piora o pior: o mico do dia anterior. Portanto, se tiver saudades, o melhor é não encharcar.