sábado, setembro 19, 2009

Especialmente diferente


Gente, verão tá acabando.
Devagarinho, o vento e o frio começam a chegar a este "jardim á beira-mar plantado". Mais um verão e não fui à praia. Parece mentira!. Trabalhei como uma louca e nem tive tempo de molhar os pés no mar.
E da maneira como estou branca ficava até mais fácil entrar em contacto com a família, porque assim que os raios de sol banhassem esse corpinho emprestado por Deus, provavelmente o reflexo seria tão forte que ia ser visto lá do Brasil! Podia fazer sinais de luzes. LOL

Mas, não estou para falar do verão que isso já há muita gente a fazer. Quero falar um pouquinho sobre preconceitos.

Ontem, participei de uma tertúlia sobre quebrar preconceitos. Foi enriquecedor. Uma iniciativa do movimento jovem local (MOJU) que elaborou um projecto fantástico: Olhares sem Preconceito e que, durante o ano passado, tentou mostrar aos olhanenses um pouco da cultura de vários povos que escolheram viver no concelho de Olhão. Brasi, India, Cabo verde e países de Leste juntaram-se ao projecto e tentaram passar um pouquinho da gastronomia, artes, história e vivências. Nem precisa dizer que "agarrei" esse projecto desde o início.

Ontem foi o culminar desta iniciativa. Estive em cima de um palco, a falar da minha experiência em Portugal e ouvi a história de alguns imigrantes de outros países, alguns com uma grande barreira de separação: a língua.

Mas a parte mais tocante foi o depoimento de alguém, com laços africanos e de raça negra. Esta pessoa sofreu por causa da sua côr, apesar de ter nascido em Portugal. Era chamada de preta, escarumba, gorda, tudo o mais que, para uma criança, pode ser altamente prejudicial na sua formação. Diziam uma frase que também já ouvi muitas vezes em Portugal: "Volta prá tua terra!". Na sua inocência infantil mostrava o seu bilhete de identidade e dizia: eu sou portuguesa!Mas esta pessoa, hoje uma mulher, conseguiu "sacudir a poeira e dar a volta por cima". Confesso que fiquei tocada com a sua história e vi, no rosto de alguns ouvintes, que este não é um caso isolado. E não é.

O preconceito, a diferença e a xenofobia são reais. Existem, por vezes de uma forma velada, mas estão lá. Só me pergunto. Por quê? O pré-conceito é uma forma horrível do ser humano mostrar a sua ignorância. O preconceito pela cor e origem de outro ser humano, o preconceito pelas opções sexuais (não vejo o que uma opção sexual de uma pessoa possa interessar a outra), o preconceito até mesmo por algum tipo de tarefa ou trabalho ou pelas suas posses e grau cultural, sei lá...

Não consigo entender, por exemplo, o facto de ser negro, ou chinês, ou brasileiro, ser homossexual ou pobre possa prejudicar alguém.

Acredito que a única pessoa que se prejudica é a própria pessoa que vive uma vida preconceituosa. Muitas nem sabem o que é preconceito mas minimizam quem é diferente.

Ei, acordem, cada um é livre de escolher o seu caminho.

Li algures que "a cor da pele, o que somos ou fomos é simplesmente banal , porque a caveira que somos é sinal de igual!".

Já não me apetece escrever sobre este assunto. Vou é dirigir uma oração por essas pessoas, que sem saber, estão a fazer muito mal a elas próprias:

"Senhor, perdoa-os, pois eles não sabem o que fazem!"
Nota: As várias cores deste post foram propositais !!!

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